sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pequena contribuição sobre a passagem de Lampião por Lavras


     Assunto de importância histórica que não se mensura, as passagens de Lampião e seu bando por estas bandas não muito foram investigadas, e nos dias de hoje, não abundantemente se vêem historiadores escrevendo com este cunho. Nas vésperas da realização do Seminário Cariri Cangaço, que brilhantemente remonta as passagens do período lampiônico, pouco se sabe sobre as peripécias do cangaceiro mor e seus cúmplices por terras lavrenses. 
     Apesar da inexistência de comprovação histórica, mas vivamente cravada no imaginário popular de poucos resilientes, conta-se que exatamente no ano de 1927 existia uma contundente pretensão de Virgulino Ferreira da Silva e seu bando, arranchados momentaneamente no Tipi - Aurora, de invadir a próspera Lavras da Mangabeira. Diante do exposto, o neto de Fideralina, Raimundo Augusto de Lima, homem de muita disposição e abnegação diante de mutricas vindouras, juntamente com seu irmão, o também Coronel João Augusto (prefeito na época), resolveu atacar antes de ser atacado. 
     Fato contado ainda, e que se fez cômico pelo seu destrinche, foi que antes da junção das tropas, os dois grupos trocaram tiros ao pensar já ser o conluio invasor do rei do cangaço, que nas terras já estaria a acampar (Fazenda Ilinhado - hoje Santa Inês). Grita-se de um extremo um capanga comandado por Assis Viana do Cel. Raimundo Augusto: - Aqui são os homens de Raimundo Augusto! Do outro polo, enquanto um silêncio passageiro permanecia diante da fumaça que saia dos bacamartes, grita um comandado por Vicente Leandro: - E aqui, os cabras de João Augusto! Depois do intenso ricochetear, que atingira de raspão o braço de um dos homens de João Augusto, fizeram a procura por Lampião em meio à mata branca e seca, e saindo da Santa Inês e Água Azul, já não tão facilmente alcançariam a hábil quadrilha que já atravessava de volta a Serra do Bordão de Velho... 
     Dias depois dessa expulsão, na Serra do Mato, onde costumava-se esconder, o irmão de lampião cantava ao som de sanfona:

Lampião bem que eu te disse,
que deixasse de asneira.
Que passasse bem por longe
de Lavras da Mangabeira.

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