sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lavras terá Workshop sobre Ações Prioritárias para Conservação do Boqueirão

   



          Lavras da Mangabeira poderá de uma vez por todas ver protegido o seu maior patrimônio natural: O Boqueirão. Trata-se da apresentação de um Workshop sobre estratégias a serem seguidas para criação da  Unidade de Conservação que envolve o Boqueirão, e a importância  da preservação de sua biodiversidade. O evento, ainda sem data marcada para acontecer, realizar-se-á na Câmara Municpal  e deverá contar principalmente com a participação popular, entidades não governamentais, escolas, líderes políticos, poder público municipal, representantes da sociedade civil e ONGs  até de municípios circunvizinhos.
       O Objetivo é sensibilizar a todos sobre a necessidade de se ter naquela área, um espaço preservado e administrado pelo poder público federal, onde práticas de educação ambiental, pesquisa científica, valorização cultural e ecológica da vida silvestre sejam resguardadas para as populações locais e regionais, podendo ser abertas ou não à visitação com intuito de lazer, de acordo com o tipo de unidade a ser criada. 
      O Workshop vem a ser o primeiro passo para a criação da Unidade de Conservação, onde os esclarecimentos iniciais sobre a importãncia desta implantação, assim como todos os seus resultados e impactos para as populações, são discutidos abertamente com o público presente que participa de forma ativa das discussões.
      Uma área com cerca de 650 ha de terra foi estipulada para servir de base para a dermacação total do local de estudo. O fato, é que se faz necessário um grupo de pesquisadores, estudiosos e especialistas técnicos em diversas áreas da ciências naturais para se elaborar um projeto técnico-científico a ser enviado ao MMA (Ministério do Meio Ambiente), que depois será repassado ao ICMBio ou IBAMA. Este projeto abrange estudos como levantamentos de fauna (insetos, mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, etc...), flora herbácea e lenhosa, levantamentos topográfico-geológicos, geomorfológicos, espeleológicos, cartográficos, análises de solo, água, estudo de impactos ambientais, estudos etnobotãnicos e etc.
      Atualmente 10 projetos para criação de novas Unidades de Conservação na Caatinga estão em trêmite segundo o governo federal, nas quais 7 são de proteção integral, 2 de uso sustentável e 1 ainda não definida.  
       Estão sendo investidos no ano de 2010 o valor de R$ 200 milhões  para a implementação dessas novas áreas e a expectativa é que haja um aumento de 761.658  ha (0,92% do bioma) para 2.466.037 ha (2,98%) das áreas de Caatinga conservadas. Os principais projetos são para o Parque Nacional da Serra Vermelha e Amplliação da Serra das Confusões (PI), o Monumento Natural dos Canyons do São Francisco (AL, SE e BA), Parque Nacional do Boqueirão da Onça (BA), Parque Nacional Dunas do Sçao Francisco (BA) e Parque Nacional Serra do Teixeira (PB).
      Esperamos que após a apresentação do Workshop, que priorizará a divulgação dos resultados de estudos realizados desde o ano de 2006, e a importância do "porque preservar o Boqueirão", tenhamos ferramentas de convencimento, para que se abra processo licitatório para contratação de empresa pública especializada em realizar o  projeto técnico que será o ponto culminante para a criação da UC, e que representará grande vitória para os Lavrenses que virão seu bestial cartão postal caatingueiro ser  mostrado pro mundo como dádiva da persistência, um oásis em um torrão um tanto quanto "negligenciado".

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dia da Árvore na Terra de São Vicente...

     


      O dia 21 de Setembro prenuncia a chegada da primavera, no dia 23, estação onde a natureza parece recuperar toda a vida que estava adormecida pelos dias frios de inverno.
      No Brasil, carregamos fortes laços com a cultura indígena que deu origem a este país; um deles é o amor e respeito pelas árvores como representantes maiores da imensa riqueza natural que possuímos. Os índios também utilizavam este período para iniciar a época de plantio, organizando-se pelo calendário lunar.
      Confirmando o carinho e respeito pela natureza, no Brasil, em 24 de fevereiro de 1965, formalizou-se o dia 21 de Setembro como o Dia da Árvore - o dia que marca um novo ciclo para o meio ambiente.
      Em Lavras da Mangabeira pôde-se perceber um certo "frenesi" causado por estudantes engajados em um movimento ambientalista que tenta sufocadamente dar importância às árvores na cidade. Desde o início do mês de setembro (2010), estudantes do ensino médio da Escola Alda Férrer participam do projeto de recontagem do numero de árvores existentes nas ruas, avenidas, praças e principais prédios públicos da cidade. O levantamento tem por objetivo diagnosticar os atuais problemas da arborização, apontar estratégias para um melhor manejo da flora urbana e comparar os novos dados com os do levantamento já realizado no ano de 2007 por estudantes da mesma escola. 
      Os alunos medem a altura total da árvore, sua circunferência à altura do peito e tratam de anotar de qual espécie estão se referindo. Os moradores de Lavras, por curiosidade e respeito, tentam sempre ajudá-los no que for necessário, e a partir disso, agradecemos à contribuição do povo da cidade.
      Infelizmente não existiu por parte da gestão pública nenhum movimento ativo, ou manifestação, ou pelo menos ato simbólico de se plantar uma muda sequer.
      O número de árvores em Lavras ainda é insuficiente. Segundo o levantamento realizado em 2007, e artigo científico publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana da USP, existiam naquele ano 2784 árvores, o que correspondia a 0,24 árvores por habitante, o que é irrisório se compararmos com a média estipulada pela UNESCO de 2 árvores por habitante. 
      Para se ter uma boa qualidade de vida em uma população, a existência de árvores nas ruas é de importância imensa. A existência de uma flora estruturalmente forte permite melhores condições de aeração, sombreamento mais intenso e um microclima que amenize as temperaturas tão exageradamente altas no período mais seco do ano.
      Além do número insuficiente de árvores, tem-se ainda o problema da homogeneidade de espécies, onde apenas 3 corresponderam ao total de 96% de todas as 23 espécies inventariadas no último levantamento. 
      Esperamos que um dia,  as árvores para Lavras possam ser algo indissociável. Algo que venha a ser considerado como ação prioritária e que se expanda com mesma intensidade para os distritos ainda mais esquecidos.
      Um Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, desenvolveu a Campanha "Plante 7 Bilhões de Árvores". É um projeto mundial com o objetivo de encorajar o plantio de árvores nativas e de árvores que são apropriadas ao meio ambiente local, com o apoio de cidadãos e governantes. Este programa (O Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente) existe desde 1972 como agência da ONU que catalisa as ações brasileiras e internacionais que visam a proteção do meio ambiente por meio do desenvolvimento sustentável.
     O dinheiro para financiamento das ações existe, assim como a sua disponibilidade, o que faltam na verdade são projetos, ações, atitude e respeito com o Meio Ambiente.
      Para finalizar, aponto com louvor o ato isolado da Escola Alda Férrer que plantou uma muda de Juazeiro em seu pátio. Espera-se com isto, que nos próximos dias da árvore se possa lembrar da vez em que aquela foi plantada, mas suas irmãs negligenciadas e esquecidas principalmente por quem lhe aponta tanta importância nestas terras férteis de São Vicente Ferrer.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Temperatura na Região Semiárida aumenta mais que a média mundial


     De acordo com metereologistas, as temperaturas máximas e mínimas registradas na região semiárida nordestina, estão, de fato, ficando, ano após ano, mais elevadas, atingindo níveis muito superiores à média global. Por sua vez, as chuvas estão ocorrendo com maior intensidade, porém com menor frequência. "Estamos observando, com base nas séries históricas de dados de estações metereológicas continentais, que há uma tendência de aridização do semiárido nordestino, ou seja, que a temperatura do ar está aumentando e as chuvas estão se tornando mais episódicas na região", afirma o metereologista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Paulo Nobre.



"Em alguns lugares do sertão nordestino a temperatura máxima diária aumentou até 3º C nos últimos quarenta anos, que é um número muito superior à média do aumento da temperatura global verificado no mesmo período, de 0,4º C", compara. De acordo com Nobre, em Vitória de Santo Antão, no sertão pernambucano, por exemplo, a temperatura máxima diária aumentou mais de 3º C nas últimas quatro décadas, saltando de 31,5º C para 35º C. Devido a esse aquecimento, a água disponível no solo da região está evaporando mais rapidamente e dando origem a nuvens maiores e mais carregadas de vapores de água que, ao se precipitarem, resultam em chuvas mais intensas, seguidas de longos períodos de estiagem. "Em outras regiões do País, como São Paulo e na Amazônia, isso também está acontecendo", indica o especialista. "Mas como chove muito nessas regiões, essa variabilidade climática demora mais tempo para ser percebida", explica.
     O especialista aponta que um dos principais impactos dessas mudanças climáticas no semiárido nordestino, onde as chuvas são anuais e costumam ocorrer no período de fevereiro a maio, é a diminuição da disponibilidade de água no solo da região.
     Em função disso, a prática da agricultura de sequeiro, que depende da água de chuva para o cultivo de culturas de subsistência, como feijão e milho, deve se tornar cada vez mais inviável no interior do nordeste. "Hoje, em várias regiões do semi-árido nordestino, e no futuro, em todo o sertão, as culturas agrícolas que apresentam uma alta demanda de água para plantio de sequeiro estão definitivamente condenadas", alerta. Por outro lado, Nobre analisa que essas mudanças no ciclo hidrológico nordestino beneficiam o cultivo de frutas pelo sistema de irrigação por gotejamento, que é praticado em cidades nordestinas como Petrolina, no Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, em que são utilizadas pequenas quantidades de água para a plantação de uva e manga, entre outras frutas (MODELO SEMELHANTE PODERIA SER IMPLANTADO EM LAVRAS DA MANGABEIRA). Porém, como nem todo o solo do nordeste é apropriado para esse tipo de atividade agrícola e a água está sendo tornando escassa e cara na região, a recomendação do metereologista é que a economia nordestina seja baseada cada vez mais em atividades que apresentem menor dependência desse recurso natural.   
      Na opinião do pesquisador, as mudanças climáticas estão sendo vistas de uma maneira apocalíptica. Mas se forem tomadas as medidas necessárias, será possível se beneficiar das alterações do clima no futuro.  
     Para tanto, é preciso que haja uma capacitação em metereologia no Brasil em nível municipal, de forma que os tomadores de decisão recebam informações detalhadas sobre previsões de eventos extremos, como chuvas e secas intensas, e possam planejar suas ações de intervenção.