segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Corrupção tem vida ?


Na fumaça do poder temporal da existência, o tempo se afunila no espaço num carrossel Constante de giros, cada ser, a dar sua voltinha neste palco ilusório, mas com certeza maravilhosa. É impressionante o parque giratório, para uns o todo, para outros, parte do todo e, até os que dizem que este é o visível e que o invisível é mais lindo ainda. Haja teorias, as hipóteses sempre a desafiar a mente humana, Para os humanos é sempre um desafio compreender que a vida está presa e é perecível, pois assim o próprio terá que conviver numa prisão temporária.

Dá um grande prejuízo, quando se prioriza a vida, como vetor básico de estudo, pois se perde muito tempo para definir seres vivos dos seres não vivos, pois começa logo um grande problema “Se a vida gera vida, a vida é um processo continuado, assim vai se buscar a origem da vida na própria vida, que com certeza vão sempre continuar encontrando uma corrente infinitesimal no espaço tempo”.

A definição de vida ligada ao sopro existencial temporal, perecível, portanto, vai de encontro com a paisagem permeada a todos. Senão vejamos: O Planeta Terra está vivo ou está morto? Os ecossistemas estão nascendo ou estão morrendo? A seriedade no trato com a coisa publica está viva ou morta, A Lei está viva ou morta? A corrupção está viva ou morta? É neste ponto que se cria um imbróglio generalizado, pois o que deveria está morto está vivo e o que deveria está vivo está morto. A Dualidade do processo interativo no convívio entre os seres humanos fica sempre o espaço da dialética, que vai sujando a história do homo sapiens.

A Corrupção pela sua própria definição é um ser que em tese deveria ser um ser sem vida, um ser morto – uma abstração, como pode a corrupção invadir as instituições pessoas e, como um corpo vivo, a dilacerar o tecido sociológico e anestesiar todo o tecido vivo de uma sociedade viva, pois o que não dá para dizer é que a sociedade está morta e a corrupção está viva, pois seria negar todo o processo civilizatório existente, bem como negar o conceito do que é vida e do que é morte. Isto seria o fim dos conceitos provados e comprovados pela humanidade à luz da ciência e da razão.

Luiz Domingos de Luna - Professor da Escola de Ensino Fundamental e Médio Monsenhor Vicente Bezerra- Aurora - Ceará

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Casa Jerônimo Jorge em Ipaumirim: Uma feliz iniciativa em favor da educação.

  

        Completa-se dois meses (24/08/2011) da inauguração do Ponto de Leitura Casa Jerônimo Jorge no município de Ipaumirim, na microregião de Lavras da Mangabeira. Trata-se de um local dedicado ao incentivo à leitura, a realização de cursos, oficinas, palestras e mostras de vídeos, sendo ideal para fomentar o pensamento artístico e cultural da população de Ipaumirim e região.
      O processo de instalação se deu por meio de edital público federal do projeto "Mais Cultura” e do Plano Nacional do Livro e Leitura, do Ministério da Cultura, que é destinado à pessoa física ou jurídica para a realização de projetos de incentivo à leitura.
     Iniciativa do artista plástico paulista, Gregório Castelo Branco, o projeto se diferencia de uma biblioteca comum por incentivar ludicamente à leitura. Desta forma, sua importância se dá na aquisição do acervo específico, e das atividades lúdicas e artísticas que serão desenvolvidas ao longo do projeto, que tem duração inicial de seis meses.
      O local onde fica o ponto de leitura é uma história a parte. A casa de Jerônimo Jorge, ilustre morador de Ipaumirim, é um patrimônio arquitetônico e preserva memória cultural e histórica. O investimento foi de R$ 14 mil, com recurso dos Governos Federal, Estadual e Municipal.


Homenagem do Blog a Lavras (127 anos de emancipação política)



      O município de Lavras da Mangabeira comemorou durante esta última semana (17,18, 19 e 20/08) os seus 127 anos de existência como município cearense.
     A importância do mesmo para a região é facilmente visualisada pela riqueza cultural que lhe é atribuída, doravante à grande contribuição que seus verdadeiros filhos ilustres proporcionam perante o cenário nacional.
    Os quatro dias de festa que se sucederam mais que harmonicamente, mostram pela força da manifestação popular, que o Lavrense apesar de tantas mazelas que os massacra, ainda manifesta um profundo apoio e respeito ao participar de bom agrado dos eventos aluzivos à criação da terrinha. É importante salientar as ótimas idéias vindas da nova secretária de cultura que homenageou pessoas que muito contribuiram com o desenvolvimento local.
      O povo que compareceu ativamente às comemorações (artísticas, culturais e sociais), percebe que se tem muito a melhorar, mas que ainda está na Lavras da Mangabeira dos seus pais, avós e filhos.
      Pôde-se perceber que este sentimento não se extingue às persistências do tempo. É como um torcedor argentino a participar de uma copa do mundo, como um pernambucano a flamular a bandeira colorida do seu estado, como um norte-coreano solidário ao seu líder, participando de um exército de milhares por amor a pátria. O ufanismo é evidente! E é assim tem que ser, participando ou não de belos eventos como este, ou simplesmente de micaretas providenciais, o amor ao torrão nunca deve acabar. A cidade de hoje abriga os pensadores do amanhã deste leito que insiste virtuosamente em querer chegar a um centenário e meio de existência, sem ter valorizada uma de suas maiores pérolas: O seu Boqueirão.
      Voltemos as nossas atenções agora para o presente e miremos o futuro. Lavras que deu origem a muitas de suas vizinhas, hoje se vê um pouco enfraquecida diante de suas crias.
      Parabéns a Lavras e a todos os seus filhos pelos seus 127 anos, e que sua vanguarda regional histórica volte a ser o ponto peculiar de sua existência e grandeza!



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A "rica" flora asiática da arborização de Lavras e região...


     
       No mês de setembro de 2009 foi publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (Esalq - USP), artigo científico sobre a arborização urbana do município de Lavras da Mangabeira.
      Que pena que não possamos desfrutar de boas notícias relativas a este assunto, pois a atual situação é bastante grave, e diante de todas as atitudes que são tomadas para se resolver o problema, temos a certeza que estamos caminhando por estradas que não tem fim. O texto informa o número de árvores existentes nas ruas, avenidas, praças e principais prédios públicos da zona urbana do município, e aponta, além do número insuficiente de árvores (2.784), uma homogeneidade arbórea representada por apenas 3 espécies (mais de 95%). O imbróglio é causado por um trabalho de arborização urbana feito de forma inconsequente, desastrosa e sem planejamento algum. É duro ver que erros que foram cometidos no passado, em administrações anteriores, são cometidos da mesma forma, e em proporções até maiores no presente. O nim indiano (Azadiractha indica) por exemplo, é uma planta que deve urgentemente ser exterminada de nossas ruas, e ainda mais urgentemente da zona rural. Trata-se de uma verdadeira bomba biológica, uma espécie exótica com um poder avassalador de invasão biológica, que imputa competição veemente com algumas de nossas nativas. Países do centro africano por exemplo, já estudam há muito tempo técnicas de erradicação desta praga que afeta a biodiversidade local e se alastra facilmente por entre a vegetação. Quem não conhece o parque do Cocó, em nossa capital? Pode-se ver facilmente o nim indiano por entre a vegetação, invadida drasticamente pela espécie, que já se faz presente abundantemente naquele resquício de mata atlântica da capital alencarina.
      Mais catastroficamente ainda, é ver que entidades governamentais que deveriam ser pioneiros em tentar erradicar esta praga biológica desse ecossistema tão negligenciado (caatinga), são os que mais fazem alusão à propagação da espécie. Agricultores cada vez mais, plantam ao redor de suas moradias o nim, iludidos pelo rápido crescimento e pelo fato da planta "espantar os mosquitos". Não estamos discutindo o potencial medicinal da planta, que aliás é dona de muitos, nem o seu poder repelente. Apontamos para o prejuízo ecológico avassalador que a espécie causa, e também ao fato de termos em nossas matas, plantas com características semelhantes e até melhores, caso da craibeira (Tabebuia aurea) que também apresenta propriedades repelentes contra alguns insetos.
      A abundância apontada no estudo e a baixa heterogeidade florística apontam para a necessidade de se trabalhar de forma séria com a arborização urbana em Lavras da Mangabeira.
      Arborizar, não é só plantar qualquer muda de qualquer espécie nas ruas, por que disseram que é bom, que dá sombra logo, e sim é planejar e estudar através de inventário e plano de manejo florestal, quais espécies melhor se adaptam em determinada localidade, tendo em vista, parâmetros a serem seguidos como, distância da calçada, altura da fiação, etc. A grande abundância do Ficus em Lavras também é alarmante. Planta que apresenta um enraizamento altamente prejudicial por afetar as calçadas e se alastrar em encanamentos domésticos e públicos à procura de água, causando prejuízos em grande escala.
      O que queremos é sem dúvida um melhor planejamento na arborização urbana, tendo em vista uma maior quantidade de árvores que sejam úteis à população, que sejam efetivamente atenuadoras da qualidade de vida da população. Segundo a UNESCO, para se ter uma boa qualidade de vida, relativo à dados de arborização, recomenda-se no mínimo 2 árvores por habitante. Lavras apresenta um percentual 4 vezes menor, ou seja, nem 1/4 de árvore por habitante.
      Esperamos que diante de tantas mazelas ambientais do município, que tem um rio inudável de tempos em tempos e nada se faz, a arborização seja levada a sério. O plantio a base de frutíferas e nativas específicas seria uma boa estratégia para se garantir uma maior heterogeneidade da flora urbana, da mesma forma que o não plantio das já existentes também seria algo louvável. Somos o país da megadiversidade!!! E por que trazer plantas do outro lado do mundo pra fazer parte da nossa flora ?? Estejamos mais atentos daqui pra frente e valorizemos o que é nosso, mas de forma coerente e responsável, sem acharmos no entanto, que carnaúbas transplantadas e bromélias pontiagudas resolverão o nosso problema.

 
João Tavares Calixto Júnior - Biólogo - Mestre em Ciências Florestais