Por: João Tavares Calixto Júnior (*).
Diante do livro de tombo da Matriz do Senhor Menino Deus, no município aurorense, lêem-se abonados apontamentos que se constituem como peças importantes, possíveis chaves elucidativas à biografia tão fragmentada desta terra que, magramente referenciada, se apresenta coetaneamente como um enigma em desvendo diante de suposições sobre sua verdadeira origem.
Diante do livro de tombo da Matriz do Senhor Menino Deus, no município aurorense, lêem-se abonados apontamentos que se constituem como peças importantes, possíveis chaves elucidativas à biografia tão fragmentada desta terra que, magramente referenciada, se apresenta coetaneamente como um enigma em desvendo diante de suposições sobre sua verdadeira origem.
Historiadores caririenses ao longo dos tempos tentam chegar à anuência sobre a derivação exata dessa cidade sertaneja, importante, do ponto de vista cultural e histórico, por ter fincado na orbe cronológica cearense, seu marco contribuitivo.
Tem-se em nomes como Antônio Martins Filho, Raimundo Girão, Waldery Uchoa, Antônio Bezerra, Joaryvar Macêdo, Irineu Pinheiro, Renato Braga, José Cícero, Amarílio Tavares, Luiz Domingos de Luna e Jean Tavares, os três últimos, inclusive, meus congêneres, exemplos de literatos preocupados em aferir à Aurora um embasamento histórico fundamentado. Esse tentame, certamente não terá validade se a continuidade na realização dos trabalhos e a devida importãncia de sua existência não for, assim, devidamente valorizada por seus filhos e simpatizantes.
Busca-se aqui, neste trabalho, particularmente a elucidação; tendo como subsídio, o desapego em contentar-me exclusivamente com a tradição, a oralidade e as informações algumas vezes falhas. Sobre esses equívocos, naturalmente são vistos em referências sobre historicidade das nucleações urbanas, e situam-se, esporadicamente e localmente, em detrimento da verdade histórica sobre as origens aurorenses, devendo, conquanto, serem reparados e repassados aos jovens, motivo maior de se procurar emendar as ditas incorreções.
Busca-se aqui, neste trabalho, particularmente a elucidação; tendo como subsídio, o desapego em contentar-me exclusivamente com a tradição, a oralidade e as informações algumas vezes falhas. Sobre esses equívocos, naturalmente são vistos em referências sobre historicidade das nucleações urbanas, e situam-se, esporadicamente e localmente, em detrimento da verdade histórica sobre as origens aurorenses, devendo, conquanto, serem reparados e repassados aos jovens, motivo maior de se procurar emendar as ditas incorreções.
Sabe-se, portanto, que além da contribuição de Lavras da Mangabeira para a constituição da freguesia de Aurora, se apresentam os municípios de Milagres e Missão Velha como importantes no processo de criação da freguesia.
O já referido Livro de Tombo da Matriz aurorense divulga a "História da Paróquia do Senhor Menino Deus da Vila de Aurora", em 30 de julho de 1893. Segundo Irineu Pinheiro (1950), corroborado pelo conterrâneo Amarílio Gonçalves Tavares em Aurora, História e Folclore (1993) a antiga fazenda Logradouro era propriedade do coronel Antônio Leite de Oliveira, a qual por sua morte ficou pertencendo aos seus herdeiros Alferes João Luiz Tavares e Davi Cardoso dos Santos, e que, por morte deste, a parte que tinha na referida fazenda houve por herança o seu genro, coronel Francisco Xavier de Sousa, que para cumprir um voto de sua mulher, Maria dos Santos Xavier, requereu edificar a pequena capela do Senhor Menino Deus, à margem do rio Salgado, em terras da sobredita fazenda, no lugar denominado Venda, nome que teve a sua origem de uma única casa que então existia, na qual o seu possuidor tinha mercadorias para vendas.
Sugere-se aqui, terem sido vítimas de erro de revisão, os escritores, assim como outros que pré ou pós, comentam o citado evento. Os herdeiros das terras não seriam os alferes, e sim, diante de documentação comprobatória, os cinco filhos de vida matrimoniosa conferida ao suposto coronel Antônio Leite. O "coronel" apontado, na verdade tratava-se de um reverendo. Seria o Padre Antônio Leite de Oliveira, segundo consta em livros de tombo de igrejas em Icó e Crato, no século XVIII, e conforme texto divulgado na Revista Itaytera de 1967 (nº11, pág. 16) exercera funções sacerdotais em Missão Velha, sendo pró-pároco de maio a novembro de 1805, pároco interino de novambro de 1805 a agosto de 1808, e como vigário de agosto de 1808 até novembro de 1809. Comenta-se mais adiante acerca do padre Antônio Leite, citado aqui, como sendo o verdadeiro pioneiro aurorense.
Sugere-se aqui, terem sido vítimas de erro de revisão, os escritores, assim como outros que pré ou pós, comentam o citado evento. Os herdeiros das terras não seriam os alferes, e sim, diante de documentação comprobatória, os cinco filhos de vida matrimoniosa conferida ao suposto coronel Antônio Leite. O "coronel" apontado, na verdade tratava-se de um reverendo. Seria o Padre Antônio Leite de Oliveira, segundo consta em livros de tombo de igrejas em Icó e Crato, no século XVIII, e conforme texto divulgado na Revista Itaytera de 1967 (nº11, pág. 16) exercera funções sacerdotais em Missão Velha, sendo pró-pároco de maio a novembro de 1805, pároco interino de novambro de 1805 a agosto de 1808, e como vigário de agosto de 1808 até novembro de 1809. Comenta-se mais adiante acerca do padre Antônio Leite, citado aqui, como sendo o verdadeiro pioneiro aurorense.
Sobre o coronel Francisco Xavier de Sousa, conforme se vê nos anais da história do Ceará, era filho de um português que, abandonando-o ainda criança, em Aracati, faleceu na vila de Campos dos Goitacazes, no Rio de Janeiro, por volta de 1830. Considerado por alguns historiadores como um dos maiores filantes produzidos em Aracati até então, pôs-se a caminho dali, e conseguiu, assim como ludibriar uma mulher na qual viveu maritalmente por longa data, obter toda fortuna do pai. Na volta da viagem de Aracati, Francisco Xavier montou fazenda de plantar, e almejou, ao mesmo tempo, eregir uma vila.
Segundo o pesquisador Antônio Bezerra (Algumas Origens do Ceará, 1918), o cel. Xavier, em 1837, depois de cumprir a promessa feita por sua mulher tendo edificado a casa e a capela do Senhor Menino Deus, pretendeu mudar o nome do lugar, chamando-o Xavielina e não Venda, porém não aceitando o povo, ficou sendo Venda e não Xavielina. Com a morte do coronel Xavier, tempos depois o Ten. Manuel Joaquim Carneiro, Capitão Antônio Pinto Teixeira e João de Melo Borborema, auxiliados pelo povo, procuraram dar maior acréscimo à pequena capela do Senhor Menino Deus, quando em 1864 apareceu apareceu o Pe. Agostinho Afonso Ferreira, sacerdote que, conhecendo a boa disposição do povo da Venda, empreendeu na capela novos serviços, deixando-a coberta, com corredores e um pequeno consistório pegado à capela.
As coisas estavam neste pé quando em 1863 por uma Lei Provisória, no pequeno arraial da Venda elevado já a Distrito de Paz; foram aparecendo outros padres no correr dos anos como bem: o Pe. Joaquim Machado da Silva (conhecido por Padre Gangan), lavrense, marcado na história por ter sido acusado (e após julgamento, inocentado) de crime de morte em 21 de janeiro de 1874, a Hernesto Carlos Augusto, irmão da lendária Fideralina Augusto; Pe. Francisco Tavares Arco-Verde (construtor da primeira capela do município paraibano de Princesa Isabel e fundador do município de Tavares, também na Paraíba) e Pe. Vicente Pinto Teixeira, aurorense, os quais procuraram, sempre ajudados pelo povo, dar à capela do Senhor Menino Deus à devida atenção.
Em 1887, já tendo sido por uma lei provisória nº 2.047 de 10 de novembro de 1883 (apesar de alguns historiadores apontarem a lei nº 2.111, de 1884), elevado à Vila de Aurora, desagregando-se assim, da de Lavras, retirou-se o Pe. Vicente Pinto Teixeira, indo à capital a passeio. Ao chegar, foi o eclesiástico nomeado vigário de Trairi pelo Bispo paulista Dom Joaquim Vieira (segundo Bispo do Ceará), o mesmo que solicitou a autorga do título de Barão à Guilherme Studart, em 1900. Diante deste fato, não conseguiu o Pe. Vicente Pinto Teixeira prosseguir com a conclusão do novo cemitério a edificar-se em Aurora.
Aponta-se o Pe. Vicente, pela contribuição eloquente à sua terra natal, como um dos grandes nomes da história do município aurorense. Nascido a 19 de julho de 1856, era filho do referido Capitão Antônio Pinto Teixeira e Maria de São José Tavares. Ordenou-se aos 7 dias do mês de novembro de 1880 no seminário da Prainha, em Fortaleza, cidade onde posteriormente exerceria a função de professor da Cadeia Pública, Vigário Geral e Governador interino do Bispado do Ceará, e bem assim, na ordem do tempo, coadjudor em Barbalha, vigário em Aurora e Trairi como já referido, assim como em Aratuba. Faleceu em 1941, aos 19 dias do mês de setembro, após ter sido elegido à Monsenhor e ter sido Deputado à Assembléia cearense por algumas legislaturas.
Em setembro de 1888, em visita à família, demorou-se o Pe. Vicente por alguns dias em Aurora, e já no mês de outubro, cria a conferência de São Vicente de Paulo, a saber o salão São Vicente de Paulo, localizado em rua do mesmo nome, em Aurora.
Durante esta visita, ao qual funda em sua terra natal a conferência e um conselho oferecido à São Vicente de Paulo, afirma o historiador Irineu Pinheiro, em O Cariri, (Fortaleza, 1950), que em meio às súplicas contraídas pelo povo à sua permanência, coincididas com o pedido de exoneração em Trairi que lhe havia feito ao Bispo Dom Joaquim, subsistiu o Pe. Vicente e, após 5 anos, conseguia a elevação da capela do Senhor Menino Deus da Vila de Aurora à condição de matriz, por provisão de 27 de junho de 1893, compreendendo em seu território partes desmembradas das referidas freguesias de Lavras, Milagres e Missão Velha.
A nomeação do Pe. Vicente Pinto Teixeira deu-se por provisão de de 6 de julho do mesmo ano (1893), tomando posse aos 30 dias daquele mesmo mês.
Torna-se prócero comentar-se aqui, em texto publicado a 4 de setembro de 1858, no periódico O Araripe, referências feitas à outra capela existente no município e por muitos referenciada como a primeira a existir no local, de forma errônea.
Salienta-se a existência na sede da freguesia, de capela dedicada a São Benedito, a qual estaria em completo abandono e bastante arruinada. Teria sido, com o adjutório do povo e das comarcas vizinhas, edificada por um homem negro alforriado denominado Benedito José dos Santos, que por suas viagens ao Rio de Janeiro, a título de visitar a família imperial, se tornou célebre. Menciona-se ainda, a existência de dois filhos seus residentes na capital imperial por ocasião da guerra do Paraguai. Teria trazido à Venda, o Benedito, muitas alfaias que, em parte, teriam sido vendidas para remir a si e a sua família, contudo ainda existindo nos dias atuais, parte dos presentes do Imperador ao corajoso viajante das terras do Salgado, como o sino com armas do império, da Igreja Matriz de Aurora, uma imagem do senhor na então capela de São Benedito, no Bairro de mesmo nome (Aurora Velha) e hoje, relíquia existente à capela do cemitério público municipal de Aurora, uma de N. Senhora dos Remédios, assim como quadros pintados em homengam ao casal imperial.
Salienta-se a existência na sede da freguesia, de capela dedicada a São Benedito, a qual estaria em completo abandono e bastante arruinada. Teria sido, com o adjutório do povo e das comarcas vizinhas, edificada por um homem negro alforriado denominado Benedito José dos Santos, que por suas viagens ao Rio de Janeiro, a título de visitar a família imperial, se tornou célebre. Menciona-se ainda, a existência de dois filhos seus residentes na capital imperial por ocasião da guerra do Paraguai. Teria trazido à Venda, o Benedito, muitas alfaias que, em parte, teriam sido vendidas para remir a si e a sua família, contudo ainda existindo nos dias atuais, parte dos presentes do Imperador ao corajoso viajante das terras do Salgado, como o sino com armas do império, da Igreja Matriz de Aurora, uma imagem do senhor na então capela de São Benedito, no Bairro de mesmo nome (Aurora Velha) e hoje, relíquia existente à capela do cemitério público municipal de Aurora, uma de N. Senhora dos Remédios, assim como quadros pintados em homengam ao casal imperial.
É valiosamente necessário acentuar que, o nome de Venda, atribuída primordialmente a Aurora, vem de período muito anterior à chegada do Coronel Xavier à esta região do Salgado. Isto pode ser comprovado, através da observação do livro de notas de 1812-1813 (folhas 114 a 116) do Cartório de Maria Albertina Feitosa Calíope em Crato (hoje Cartório Calíope 1º Ofício), à época, dirigido pela tabelioa e professora de mesmo nome na antiga Quixará, hoje Farias Brito, filha do Oficial do Exército Joaquim Calíope de Araújo. No livro, vê-se que no dia 14 de dezembro de 1812, passava o Padre Antônio Leite de Oliveira um sítio de sua propriedade (Sítio de terras nominado Venda, com pouco mais ou menos meia légua, comprado ao preço de 100 mil réis de Antônio Lopes de Andrade - primeiro comandante do corpo de cavalaria da Vila Real do Crato - e sua consorte Arcângela Maria, herdeiros de sesmarias no vale do salgado), para seus "afilhados" a saber: Antônio Lima de Mendonça, Venceslau Patrício, Ana Rakel, Antônia e Maria Luiza (filhos de união com Josefa Leonor da Encarnação). Desta forma, a hipótese de um coronel que repassou as terras a dois alferes, um dos quais, sogro do Coronel Xavier, torna-se improcedente.
Interessante se faz ressaltar, que a fazenda repassada em testamento aos cinco herdeiros, pioneiros gênicos do lugar, dos quais fizeram a família Leite ser uma das mais numerosas até a hodiernidade, em nada era ralacionada com as terras dos pais do eclesiástico, apontadas como extremando com a parte sul do riachinho da Venda, e descendo pelo rio Salgado abaixo até o curral queimado com as terras de Miguel Álvares da parte do Norte, e do nascente, com o mesmo rio Salgado e do poente com terras da Canabrava.
Manuscritos antigos redigidos em face à corroboração do supra-citado, se vê ainda em livro de registro de batizado da paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras da Mangabeira 1814-1821 (folhas 7 e 8) - (os quais hoje se encontram em acervo da Diocese do Crato). Neste livro de assento, evidencia-se um batizado, assim como vários outros realizados, de um filho de moradores da então Várzea dos Martins, ainda hoje conhecido por Sítio Martins, celebrado pelo sacerdote em seu oratório na Venda ao primeiro dia de dezembro de 1817, portanto, muito antes da chegada do Coronel Xavier na localidade.
Interessante se faz ressaltar, que a fazenda repassada em testamento aos cinco herdeiros, pioneiros gênicos do lugar, dos quais fizeram a família Leite ser uma das mais numerosas até a hodiernidade, em nada era ralacionada com as terras dos pais do eclesiástico, apontadas como extremando com a parte sul do riachinho da Venda, e descendo pelo rio Salgado abaixo até o curral queimado com as terras de Miguel Álvares da parte do Norte, e do nascente, com o mesmo rio Salgado e do poente com terras da Canabrava.
Manuscritos antigos redigidos em face à corroboração do supra-citado, se vê ainda em livro de registro de batizado da paróquia de São Vicente Ferrer de Lavras da Mangabeira 1814-1821 (folhas 7 e 8) - (os quais hoje se encontram em acervo da Diocese do Crato). Neste livro de assento, evidencia-se um batizado, assim como vários outros realizados, de um filho de moradores da então Várzea dos Martins, ainda hoje conhecido por Sítio Martins, celebrado pelo sacerdote em seu oratório na Venda ao primeiro dia de dezembro de 1817, portanto, muito antes da chegada do Coronel Xavier na localidade.
Em face de documentos como esses, e em meio à corroboração de teses defendidas por outros escritores, a exemplo Joaryvar Macêdo, em texto publicado na Revista do Instituto do Ceará, nº 97, pág. 93-111 (1983), tem-se consubstancialmente como fundador da nucleação urbana aurorense, o Pe. Antônio Leite de Oliveira (patriarca da família Leite de Aurora), sendo, os outros (Cel. Xavier e o Benedito), co-fundadores.
Trata-se o Sacerdote Antônio Leite, verdadeiro fundador de Aurora, de filho de outro padre, o jesuíta português Alexandre Leite de Oliveira, proprietário no Crato dos Engenhos Rosário e Cabreiro, onde se casou com Teresa de Jesus Maria José. Este casal, seria mais adiante na escala cronológica, os pais de outro cura, o Pe. João Marrocos Teles, pai do célebre abolicionista e fundador do histórico Gabinete de Leitura, em Barbalha, José Joaquim Teles Marrocos, padrinho intelectual, juntamente ao Abade do Monsteiro de São Bento no Rio de Janeiro, Dom Gerardo Van Caloen, de Salustiano Grangeiro de Luna (Dom Joaquim Grangeiro de Luna), um dos meus ancestrais do clã terésio dos Lunas, conforme referenciado pelo pesquisador e genealogista aurorense Luiz Domingos de Luna em bestial ensaio: Um menino caipira que se fez monge (2008).
Na revista Itaytera, nº 4 de 1958, em sua pág. 7, vê-se o emérito pesquisador Pe. Antônio Gomes de Araújo, convergir para a já supracitada origem sócio-religiosa aurorense. Referindo-se às povoações do Ceará, particularmente do Cariri, dizia o escritor, originarem-se ao redor de capelas ou casas de oração, a exemplo, Aurora, que surgiu ao pé de uma capela de oração, substituída, a posteriori, por capela da fazenda da "Venda" do Pe. Antônio Leite.
Segundo se viu, em documentos históricos e não meramente em argumentação especulativa ou textos de escribas não adeptos às pesquisas aprofundadas, doou o referido Pe. Leite aos seus cinco filhos o sítio da Venda, propriedade comprada por este a recebedores de sesmarias, para somente depois, arredarem pé na nova princesa do Salgado, as figuras do preto Benedito e do Cel. Xavier, citado o último, muitas vezes e equivocadamente, como o fundador de Aurora.
(*) Filho de Aurora - Professor e pesquisador.
Doutorando em Biotecnologia de Recursos Naturais - UECE
Trata-se o Sacerdote Antônio Leite, verdadeiro fundador de Aurora, de filho de outro padre, o jesuíta português Alexandre Leite de Oliveira, proprietário no Crato dos Engenhos Rosário e Cabreiro, onde se casou com Teresa de Jesus Maria José. Este casal, seria mais adiante na escala cronológica, os pais de outro cura, o Pe. João Marrocos Teles, pai do célebre abolicionista e fundador do histórico Gabinete de Leitura, em Barbalha, José Joaquim Teles Marrocos, padrinho intelectual, juntamente ao Abade do Monsteiro de São Bento no Rio de Janeiro, Dom Gerardo Van Caloen, de Salustiano Grangeiro de Luna (Dom Joaquim Grangeiro de Luna), um dos meus ancestrais do clã terésio dos Lunas, conforme referenciado pelo pesquisador e genealogista aurorense Luiz Domingos de Luna em bestial ensaio: Um menino caipira que se fez monge (2008).
Na revista Itaytera, nº 4 de 1958, em sua pág. 7, vê-se o emérito pesquisador Pe. Antônio Gomes de Araújo, convergir para a já supracitada origem sócio-religiosa aurorense. Referindo-se às povoações do Ceará, particularmente do Cariri, dizia o escritor, originarem-se ao redor de capelas ou casas de oração, a exemplo, Aurora, que surgiu ao pé de uma capela de oração, substituída, a posteriori, por capela da fazenda da "Venda" do Pe. Antônio Leite.
Segundo se viu, em documentos históricos e não meramente em argumentação especulativa ou textos de escribas não adeptos às pesquisas aprofundadas, doou o referido Pe. Leite aos seus cinco filhos o sítio da Venda, propriedade comprada por este a recebedores de sesmarias, para somente depois, arredarem pé na nova princesa do Salgado, as figuras do preto Benedito e do Cel. Xavier, citado o último, muitas vezes e equivocadamente, como o fundador de Aurora.
(*) Filho de Aurora - Professor e pesquisador.
Doutorando em Biotecnologia de Recursos Naturais - UECE
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