quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dia da Árvore na Terra de São Vicente...

     


      O dia 21 de Setembro prenuncia a chegada da primavera, no dia 23, estação onde a natureza parece recuperar toda a vida que estava adormecida pelos dias frios de inverno.
      No Brasil, carregamos fortes laços com a cultura indígena que deu origem a este país; um deles é o amor e respeito pelas árvores como representantes maiores da imensa riqueza natural que possuímos. Os índios também utilizavam este período para iniciar a época de plantio, organizando-se pelo calendário lunar.
      Confirmando o carinho e respeito pela natureza, no Brasil, em 24 de fevereiro de 1965, formalizou-se o dia 21 de Setembro como o Dia da Árvore - o dia que marca um novo ciclo para o meio ambiente.
      Em Lavras da Mangabeira pôde-se perceber um certo "frenesi" causado por estudantes engajados em um movimento ambientalista que tenta sufocadamente dar importância às árvores na cidade. Desde o início do mês de setembro (2010), estudantes do ensino médio da Escola Alda Férrer participam do projeto de recontagem do numero de árvores existentes nas ruas, avenidas, praças e principais prédios públicos da cidade. O levantamento tem por objetivo diagnosticar os atuais problemas da arborização, apontar estratégias para um melhor manejo da flora urbana e comparar os novos dados com os do levantamento já realizado no ano de 2007 por estudantes da mesma escola. 
      Os alunos medem a altura total da árvore, sua circunferência à altura do peito e tratam de anotar de qual espécie estão se referindo. Os moradores de Lavras, por curiosidade e respeito, tentam sempre ajudá-los no que for necessário, e a partir disso, agradecemos à contribuição do povo da cidade.
      Infelizmente não existiu por parte da gestão pública nenhum movimento ativo, ou manifestação, ou pelo menos ato simbólico de se plantar uma muda sequer.
      O número de árvores em Lavras ainda é insuficiente. Segundo o levantamento realizado em 2007, e artigo científico publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana da USP, existiam naquele ano 2784 árvores, o que correspondia a 0,24 árvores por habitante, o que é irrisório se compararmos com a média estipulada pela UNESCO de 2 árvores por habitante. 
      Para se ter uma boa qualidade de vida em uma população, a existência de árvores nas ruas é de importância imensa. A existência de uma flora estruturalmente forte permite melhores condições de aeração, sombreamento mais intenso e um microclima que amenize as temperaturas tão exageradamente altas no período mais seco do ano.
      Além do número insuficiente de árvores, tem-se ainda o problema da homogeneidade de espécies, onde apenas 3 corresponderam ao total de 96% de todas as 23 espécies inventariadas no último levantamento. 
      Esperamos que um dia,  as árvores para Lavras possam ser algo indissociável. Algo que venha a ser considerado como ação prioritária e que se expanda com mesma intensidade para os distritos ainda mais esquecidos.
      Um Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente, desenvolveu a Campanha "Plante 7 Bilhões de Árvores". É um projeto mundial com o objetivo de encorajar o plantio de árvores nativas e de árvores que são apropriadas ao meio ambiente local, com o apoio de cidadãos e governantes. Este programa (O Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente) existe desde 1972 como agência da ONU que catalisa as ações brasileiras e internacionais que visam a proteção do meio ambiente por meio do desenvolvimento sustentável.
     O dinheiro para financiamento das ações existe, assim como a sua disponibilidade, o que faltam na verdade são projetos, ações, atitude e respeito com o Meio Ambiente.
      Para finalizar, aponto com louvor o ato isolado da Escola Alda Férrer que plantou uma muda de Juazeiro em seu pátio. Espera-se com isto, que nos próximos dias da árvore se possa lembrar da vez em que aquela foi plantada, mas suas irmãs negligenciadas e esquecidas principalmente por quem lhe aponta tanta importância nestas terras férteis de São Vicente Ferrer.

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