segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Morte do Rio Salgado - Por Luiz Domingos de Luna*-

É urgente uma política de conscientização sobre a importância da relação entre o homem e seu espaço geográfico, pois, o nível de harmonia entre os seres vivos e o meio ambiente é condição básica para a continuidade da vida no planeta. Este artigo é um sinal de alerta para que as autoridades, as instituições e a sociedade como um todo possam refletir que o progresso, a ocupação humana de forma desordenada e, a interatividade social, sem uma preocupação com o meio ambiente, sem uma política consistente de avaliação sobre os ecossistemas, e, principalmente, sobre a agressão gratuita ao Rio Salgado pode se converter numa situação irreversível e danosa a toda a população da região do Cariri; com implicações devastadoras para todo o sul do Estado do Ceará, Os Impactos ambientais causados pela violência com o Rio Salgado, já são visivelmente sentidos pela diminuição e, até mesmo, extinção da fauna fluvial e da flora ciliar, pois, ao primeiro contato com os habitantes mais antigos que viveram toda sua vida ao lado do leito do rio, se observa um clima de saudosismo, tristeza, onde enumeram inúmeras espécies de peixes, aves e vegetação que já não existem e, muitas vezes, são raros os exemplares que até bem pouco tempo existiam em abundância. O Rio Salgado é uma prova viva da rapidez de destruição deste ecossistema, tão importante e vital para a nossa região. As recentes enchentes, onde centenas de casas, pontes e barragens, foram destruídas pelo Rio Salgado (janeiro/fevereiro, 2008) é uma reação violenta da natureza, quando esta, é agredida, gratuitamente, sem nenhum planejamento, sem nenhum estudo científico prévio, e, quando é tratada sem seriedade pelo homem. Enquanto a água está sendo reconhecida mundialmente como o bem mais precioso do século, o Rio Salgado está morrendo, pois os dejetos e resíduos domésticos, industriais, hospitalares e públicos estão sendo despejados no rio que corta os municípios de Crato-Ce, Juazeiro do Norte-Ce, Barbalha, Brejo Santo, Missão Velha, Milagres, Caririaçu, Aurora, Lavras da Mangabeira, Cedro e Icó desembocando no Rio Jaguaribe abaixo do açude Orós, {após a ponte de Piquet Carneiro} ao longo deste percurso, o Salgado é poluído e como conseqüência contamina o lençol freático da região. O Rio Salgado necessita urgentemente de uma limpeza geral, uma política educacional escolar de conscientização ecológica, a, também, mapeamento de todas espécies que são o relato vivo "de priscas eras" do renomado patrimônio geográfico do Ceará, na compreensão da consistência do solo, fauna e flora – BUQUEIRÃO DE LAVRAS DA MANGABEIRA Certidão de nascimento da composição química e biológica(amostras de plantas do cerrado),( amostras de morcegos em extinção) ao sabor de sua caverna, um historia que porta no seu DNA o fragmento de uma geografia que não deve calar.
Urge assim, que iniciativas como a do renomado pesquisador e biólogo caririense João Tavares Calixto Júnior, seja, Praza Deus! Uma constante, a todos nós biólogos e estudiosos dos fragmentos de uma bola por enquanto – Ainda azulada – Planeta Terra.
(*) É colaborador do blog de Lavras

Um comentário:

  1. Grande texto Domingos

    Não conheço o Rio Salgado mas só imagino o estrago que a falta de conscientização sobre os danos, pode trazer para a população. A natureza se vinga e é triste e desumano o que temos visto na TV. E não adianta colocar a culpa na natureza porque ela esta sendo muito vilipendiada no que tem de mais sagrado,a terra, o ar e a agua.

    E o que fazem os prefeitos dessas cidades e o governadores desses estados, ( não só Ceará) que estão sendo depredados de maneira vil e corrupta?.

    b js

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