Por: João Tavares Calixto Júnior.
Um movimento categórico, genuíno, empolgante. Estes três adjetivos apenas, não resumem o que foi o Seminário Cariri Cangaço em sua edição 2013, já que uma soma de outros atributos merecem ser redigidos acerca da conferência deste ano. Dono de um impressionante poder de aglutinação, o seu curador, Manoel Severo, sobressaiu-se mais uma vez por poder proporcionar com eloquência, momentos ricos em erudição e ineditismo relativos à temática regional. Ornado o movimento pela participação maciça de seus seguidores, racionais apaixonados, recebeu o Cariri cearense mais uma oportunidade de preencher, com as letras autóctones de seu abonado regionalismo, as páginas indolentes de seus anais culturais.
As palestras e mesas redondas, a exposição de publicações, a exibição de filmagens, as visitas a locais históricos, e os elementares, mas solenes bate-papos informais na hora do almoço, constituíram, sobremodo, instantes de intenso aprendizado e prazer, nostálgicos em sua essência.
Foi com regozijo que os juazeirenses puderam participar, na noite inicial, da palestra de Luitgarde Cavalcante Barros, que veio do Rio de Janeiro a fim de enriquecer o Manifesto deste ano. Bem preenchido o auditório do Memorial Padre Cícero, prestigiou a população, diferentemente das autoridades locais, um ato de aquisição profunda de conhecimentos sobre a figura imortal do Padre Cícero de Juazeiro na contemporaneidade, proposto por Luitgarde, e fomentado pelas figuras respeitáveis de Honório de Medeiros, Ângelo Osmiro e Leandro Cardoso.
Barro, Porteiras, Missão Velha, Aurora, Barbalha e Crato, em sequência, experimentaram o caldo doce que se tira da destilação da cultura regional nordestina, rica, açucarada. Fatos inéditos trazidos à tona pelos conferencistas, observados contiguamente por familiares de homenageados que abrilhantaram ainda mais o evento, vindos de longe, foram pontos importantes a serem notados no Cariri Cangaço 2013.
A exibição de documentários, e mais notadamente o filme "A Sedição de Juazeiro", direção de Jonas Luis da Silva, de Icapuí, se constituiu num ato de verdadeira louvação às potencialidades artísticas e históricas da terra, sobretudo relativo ao cinema.
Numa louvação não meramente afetiva, pode-se inferir sobre o Cariri Cangaço deste ano, como um evento rico e essencialmente significativo à antropologia, sociologia, história e cultura dessa região do Nordeste do Brasil de onde nascem mártires, santos, mitos e deuses...
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