Por: João Tavares Calixto Jr.
Isaías Arruda de Figueiredo.
Nasceu Isaías Arruda de Figueiredo (Cel. Isaías Arruda) aos 6 de julho de 1899 na Vila d'Aurora. Era filho de Manoel Antônio de Figueiredo de Arruda e Maria Josefa da Conceição (naturais de Aurora, casados aos 30 de junho de 1896). (Livro de Registro de Matrimônios da Paróquia Menino Deus, 1896-1911, p.33).
Foi batizado aos 30 de julho do mesmo ano pelo Pe. João Carlos Augusto, tendo como padrinhos Antônio Leite de Oliveira (solteiro) e Maria Joaquina da Conceição (casada). (Livro de Registro de Batismos da Paróquia do Menino Deus de Aurora, 1897-1904, p. 80),
Foi batizado aos 30 de julho do mesmo ano pelo Pe. João Carlos Augusto, tendo como padrinhos Antônio Leite de Oliveira (solteiro) e Maria Joaquina da Conceição (casada). (Livro de Registro de Batismos da Paróquia do Menino Deus de Aurora, 1897-1904, p. 80),
Convolou núpcias no primeiro dia de setembro de 1920 na Igreja Paroquial da Vila d’Aurora com Estelita Silva, natural de Fortaleza, tendo como testemunhos a Raimundo Antônio de Macêdo e Manoel Gonçalves de Araújo. (Livro de Registro de Matrimônios, Paróquia do Senhor Menino Deus de Aurora, 1909-1922, p. 177).
Em seu registro de habilitação de casamento civil, anotado pelo Tabelião José do Valle Júnior aos 15 de agosto de 1920, observam-se informações sobre sua esposa: Era filha adotiva do Tenente Manoel Gonçalves de Araújo, e estava sob sua guarda a seis anos. Era, entretanto, filha natural de Francisco Saturnino da Silva, residente em Fortaleza, e Idalina Silva, já falecida. Casaram-se civilmente os contranubentes, igualmente ao matrimônio da Igreja, no dia primeiro de setembro de 1920, às dezessete horas, na casa de Zabulon da Silva Câmara Filho (CALIXTO JÚNIOR, J. T. Venda Grande d'Aurora, Fortaleza, 2012).
Autos dos proclames do casamento civil de Isaías Arruda de Figueiredo e Estelita Silva (Cartório da Vila d'Aurora, 1920. Fonte: Arquivo Público do Estado do Ceará)
Em perfeita consonância com a práxis vigente de sua época de existência, inseriu-se Isaías Arruda na prepotente atuação sociopolítica regional, marcada pela incursão do poder privado dos coronéis. Eram estes os senhores supremos dos feudos nordestinos, detentores do voto do cabresto e responsáveis pelas famosas eleições a bico de pena, onde até defuntos votavam. Trapaças e moléstias sociais que hoje ainda remanescem, apesar de diminuídas as proporções, são oriundas deste famigerado tempo da República dos Coronéis ou Coronelismo, a chamada República Velha.
Bosquejando sobre as passagens deste notável personagem do cenário coronelístico nordestino, delegado de polícia em Aurora, assim como Prefeito municipal de Missão Velha, transcrevemos o que exara Joaryvar Macêdo em Império do Bacamarte (Fortaleza, 1990, p. 225): "Improvisado o coronel Isaías Arruda em poderoso chefe político de Missão Velha, se o juiz não se submetesse às suas ordens, ele o escorraçava, e ao oficial de polícia, intolerante com os desregramentos, mandava assassinar".
Casa de Isaías Arruda em Missão Velha, CE (Foto: lampiaoaceso.blogspot.com)
Algo depois de funestos episódios que lhe marcaram a curta vida, polêmica e tumultuada, ocorreu-lhe o assassinato aos 4 de agosto de 1928, na pedra da Estação de Trem de Aurora, vindo a falecer 4 dias depois. No Livro de Registros de Óbitos da Paróquia de São José de Missão Velha (1926-1930, p.136), deparamo-nos com o assento referente ao seu falecimento:
"Aos oito dias do mês de agosto de mil novecentos e vinte e oito, na sede da Freguesia de Aurora, foi assassinado Isaias Arruda com vinte e oito anos de idade, casado com Estelita Arruda. Seu corpo foi sepultado nesta Villa. Para constar mandei lavrar este assento que assino. O Vigário Horácio Teixeira".
Da calçada, onde caíra baleado, Isaías foi transportado para a residência de Augusto Jucá. No dia seguinte foi assistido pelos médicos Antenor Cavalcante e Sérgio Banhos, mas estes pouco puderam fazer no sentido de salvar a vida de Isaías, que terminou falecendo no dia 8 de agosto, pelas 6 horas da manhã (...). (GONÇALVES, Amarílio Tavares. Aurora, História e Folclore, Fortaleza, 1993, p.131).
Salienta-se que no dia 12 de agosto do mesmo ano, regressava de Aurora a Fortaleza, o Delegado Virgílio Gomes, que havia sido incumbido de instaurar inquérito sobre o assassinato de Isaías. A respeito, foi provocado por vingança à morte de João Paulino, o chefe dos irmãos Paulinos, família de espírito de luta aguerrido, que, por anos consecutivos, fizeram do município de Aurora, assim como de suas cercanias, aterrorizado. Era estrondosa a rixa entre os seus integrantes e os "Arrudas", de Isaías Arruda de Figueiredo.
Grupo armado de Isaías Arruda (Foto: cariricangaco.blogspot.com)
Referências Bibliográficas:
CALIXTO JÚNIOR, J. T. Venda Grande d'Aurora. Expressão Gráfica, Fortaleza, 2012.
FATOS HISTÓRICOS - Portal da História do Ceará, IN: www.ceara.pro.br-menuhistoriaverbete,php
GONÇALVES, A. T. Aurora, História e Folclore. IOCE, Fortaleza, 1993.
MACEDO, J. Império do Bacamarte. Casa José de Alencar, UFC. Fortaleza, 1990.